Decálogo do Catequista

 

     1º Amarás as crianças que te foram confiadas acima de todas as coisas! Amá-las-ás acima do teu saber, acima do teu poder, acima de quaisquer méritos ou classificações... porque educar é amar. E, sem amor, não há relação; sem amor, não há conhecimento possível e verdadeiro.

     2º Não invocarás o nome das tuas crianças em vão! Tampouco as conhecerás pelo lugar ou família donde são oriundas. Quando chamares pelo nome de cada uma delas, saberás que cada uma é um mistério sagrado, uma personalidade única, original, irrepetível e inconfundível. Conhecê-las-ás, na sua singularidade e na sua circunstância, para as amares de um modo único. Esta é a tua primeira graça e a tua primeira missão!

     3º Guardarás o tempo sagrado do intervalo e do descanso, para escutares as crianças, para viveres e conviveres com elas, porque nem só de palavras elas vivem; lembra-te que aqueles que te foram confiados aprenderão a ser homens, mais por transmissão e contágio da tua alegria e dos teus valores, do que por instrução académica. Não renuncies a transmitir-lhes uma autêntica sabedoria de vida!

     4º Honrarás os pais das crianças, e nunca te substituirás a eles, sabendo que estes serão sempre os primeiros educadores. Tu sentir-te-ás feliz por seres colaborador na missão educativa dos pais, partilhando, em primeiro lugar, com eles e como eles, as suas dores e alegrias, sofrimentos e esperanças.

     5º Não matarás as crianças que te foram confiadas na tarefa evangelizadora, com termos ou gestos ofensivos, com palavras de desânimo, com atitudes prepotentes, com expressões de desencanto ou sinais de desesperança. Não causarás dano ao seu corpo ou à sua alma ainda tão frágeis! Saberás cultivar nos teus formandos o gosto e a responsabilidade pela beleza da vida!

  6º Guardarás sempre a pureza no tom e no conteúdo das tuas palavras, na nobreza e largueza dos teus gestos! Esforçar-te-ás por usar uma linguagem simples e compreensível e ainda por manteres sempre um rosto acolhedor.

     7º Não defraudarás as esperanças das crianças (ou jovens) que te foram confiados, nem lhes furtarás a confiança no futuro! Procurarás conciliar a justiça e o rigor, a compreensão e o amor, na avaliação global daqueles que estás a formar.

     8º Não faltarás à verdade, iludindo as tuas crianças (ou jovens) com promessas de facilidades. Não faltarás à verdade, por falta de esforço no aprofundamento da fé, na leitura e na reflexão, por mero comodismo ou até mesmo por preguiça. Tenta compreender que só a verdade liberta; por isso, não temerás propô-la, mesmo correndo o risco de não teres quem a escute de imediato.

     9º Não consentirás em qualquer pensamento ou desejo de vingança, de exploração ou de injustiça! Darás o benefício da dúvida, nunca alimentarás preconceitos a propósito dos que te foram confiados na catequese e desejarás para eles tudo o que ambicionas para aqueles a quem mais amas.

     10º Saberás educar para a diferença, sem cederes à indiferença e ao relativismo. Procurarás, em conjunto com as tuas crianças (ou jovens), a luz da sabedoria, o conhecimento da verdade e a beleza do amor!